Não, não vou falar da venda do robalo no mercado da ribeira. Vou antes falar, exemplificando posteriormente, do célebre culto portugês que é a peixeirada. É um clássico, não há português que se preze que não faça uma boa peixeirada de vez em quando, é um excelente meio de reclamação, chamada de atenção e proporciona um bom entrusar da populaça que se encontra em torno da pessoa que inicia a dita cuja.
Estava eu no Pingo Doce (sim eu vou às compras) ao pé da minha casa, nas já habituais filas para a caixa quando uma peixeirada se desenrolou mesmo à minha frente.
Nós (a populaça) já estávamos na fila vai para uns 10 minutos (à pala da falta do rolo, dos códigos de barra ilegíveis e da bem visível incompetência da funcionária) quando a jovem que estava à minha frente com um carrinho de bebé à minha frente solta um audível "ai a merda...". Eu fiquei surpreendido, até porque não levei mp3 e ouvia tudo perfeitamente, mas isto foi só o início. Entretanto, abre uma caixa ao lado e esta jovem vai para lá e chega também uma amiga que depois vim a perceber que era a mãe do rebento no carrinho.
Iniciou-se a seguinte conversa, aos gritos:
Amiga: Mas ainda tás aqui?? Oh que caralho, tão tu não viste que tinhas prioridade?
Jovem: Esta merda é sempre a mesma coisa, já no outro dia tive quase para andar à porrada porque estas gajas tão-se a cagar
Segurança: Minhas senhoras acalmem-se, já vão ser atendidas e fica tudo resolvido.
Amiga: Tu vai para o c.......
Isto acabou com a jovem e a amiga apoiadas por uma população de cerca de 20 pessoas a protestarem contra as funcionárias do Pingo Doce por não darem prioridade às grávidas e idosos.
É por isto que eu gosto dos portugueses, para quê ser civilizado quando se pode pôr logo a mão na anca e desatar a mandar vir? É muito mais eficaz, liberta-se algum stress e ainda há algumas pessoas que se divertem a ver as cenas (tipo eu).
Timoneiro
P.S - Isto é daquelas histórias que quando são vistas têm imensa piada mas quando são contadas as outras pessoas não acham piada nenhuma. Paciência.
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